Imigração no Brasil: os imigrantes europeus e as lavouras de café

História 
4º ano

EF04HI11: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associadas à migração (interna e internacional).
EF04HI09: Identificar as motivações dos processos migratórios em diferentes tempos e espaços e avaliar o papel desempenhado pela migração nas regiões de destino.
EF04HI07: Identificar e descrever a importância dos caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
EF04HI01: Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo.

Imigração no Brasil

A partir do século XIX (19), o Brasil começou a receber pessoas de diferentes nacionalidades que vieram buscar oportunidades de trabalho. Eles trouxeram muitos costumes, que atualmente fazem parte do nosso dia a dia.

Uma demonstração simples da presença dos imigrantes em nosso país pode ser observada através dos sobrenomes. Existem sobrenomes que são bastante comuns, outros são tão diferentes que, para algumas pessoas, tornam-se difíceis de serem pronunciados ou escritos. Os sobrenomes podem ter origens diferentes, veja, a seguir, alguns sobrenomes e a origem de cada um.

Há cerca de 150 anos, a Europa estava passando por um período difícil: a população estava aumentando, e vários países estavam em guerra. Havia muita pobreza, principalmente entre os camponeses.

Nessa época, no Brasil, o cultivo de café estava crescendo e necessitando de mão de obra, ou seja, de trabalhadores. Como o fim da escravidão, os cafeicultores e o governo deram início a uma campanha para trazer camponeses europeus para trabalharem no Brasil. A propaganda feita na Europa apresentava o Brasil como um paraíso, onde esses camponeses teriam seu próprio pedaço de terra e ganhariam muito dinheiro. Em pouco tempo, havia milhares de europeus dispostos a abandonar sua terra e vir para o Brasil para tentar uma nova vida.

Os imigrantes vendiam tudo o que tinham e embarcavam para o Brasil. A viagem era muito sofrida e cheia de dificuldades. Nos navios, a alimentação precária e a falta de higiene favoreciam a proliferação de doenças, como cólera, malária e sarampo.

Quando vinham para trabalhar nas lavouras de café, geralmente, os imigrantes desembarcavam em um porto localizado na cidade de Santos. De lá, seguiam para São Paulo, onde ficavam alojados em hospedarias mantidas pelo governo. A maior deles era a Hospedaria de Imigrantes, localizada no bairro do Brás.

Além de abrigar os imigrantes que acabavam de chegar ao Brasil, a Hospedaria de Imigrantes funcionava como local de contratação de trabalhadores. Em geral, os contratos de trabalho eram muito mais vantajosos para os fazendeiros. Mesmo assim, muitos imigrantes acabavam assinados esses contratados pois precisavam do trabalho. Com o contrato assinado, a família de imigrantes era levada para uma fazenda de café no interior do estado de São Paulo.

Ao chegarem à fazenda em que iriam morar e trabalhar, os imigrantes recebiam uma casa pequena para morar com sua família. O dia a dia dos colonos (assim chamadas as pessoas que trabalhavam nas fazendas) era de muito trabalho. Eles tinham de realizar diversas atividades como derrubar e queimar a mata, preparar a terra, plantar, colher, beneficiar e ensacar o café.

Nas fazendas, cada família ficava encarregada de cuidar de um certo número de pés de café. Esse número variava de acordo com o tamanho da família. Geralmente, um homem cuidava de cerca de 2.000 pés de café, e as mulheres cuidavam de 1.000 pés. As crianças também ajudavam no trabalho.

Aos colonos era permitido plantar lavouras para seu sustento. Essas lavouras, de milho ou feijão, costumavam ser plantadas entre os pés de café. Os demais produtos de que necessitavam, como sal, ferramentas e tecidos, eram comprados no armazém, que geralmente ficava na própria fazenda e pertencia ao fazendeiro. Os colonos, no entanto, pagavam um preço muito alto por esses produtos, e acabavam se endividando. Dessa forma, o que eles ganhavam com o trabalho nos cafezais, muitas vezes, não era suficiente para pagar a conta no armazém.

Esses trabalhadores ainda enfrentavam outros problemas, como maus-tratos dos fazendeiros e de seus capatazes.
Por causa dessa situação, muitos colonos procuravam outras fazendas, onde houvesse melhores condições de vida. Outros abandonavam o trabalho nos cafezais e iam tentar uma nova vida nas cidades.

Atividades

1. Leia.

a) Em qual país essa cantiga era cantada?
b) Por que as pessoas que viviam nesse país queriam abandoná-lo?
c) Que trabalhos eles pretendiam realizar no Brasil?
2. Como era a propaganda sobre o Brasil feita para os imigrantes europeus?
3. Quem eram os colonos?
4. Quais problemas os colonos enfrentavam nas fazendas?
5. Quais opções os colonos tinham quando não aguentavam mais as condições de trabalho nas fazendas?

Respostas.

1.
a) Itália.
b) Porque estavam passando fome.
c) Trabalhar na colheita de café.
2. A propaganda feita na Europa apresentava o Brasil como um paraíso, onde esses camponeses teriam seu próprio pedaço de terra e ganhariam muito dinheiro.
3. Os trabalhadores das fazendas de café.
4. Trabalhavam muito, recebiam um salário muito pequeno para cobrir as despesas de sua família. Maus tratos por parte dos fazendeiros.

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